Hoje, o Facebook é a maior rede social do mundo, contando com mais de 250 milhões de usuários no mundo. Eu já sabia disso, há muito tempo, mas, recentemente, fui obrigado a pensar sobre algo muito mais intrigante: quais utilizações eu poderia dar ao Facebook em uma campanha publicitária e quais ações poderia desenvolver nele – lembrando que no Brasil ele possui pouco mais de 1 milhão de usuários.
Um dos grandes fatores que valorizam o Facebook hoje para o mercado publicitário é a gama de modelos alternativos de publicidade que ele permite. Seus recursos, em especial os aplicativos, constituem uma plataforma comercial muito interessante para marcas que desejam se tornar cada vez mais presentes no cotidiano de seus prospects. Alem disto, em um cenário que ainda sofre com os resquícios da recente crise econômica, investir em uma comunicação altamente personalizada, objetiva, mensurável e que requer menos investimento inicial do anunciante é o caminho mais natural a ser seguido. Além disso, os conceitos de publicidade não-intrusiva e de Branded Content (a aliança da marca com conteúdo relevante para seus prospects) também são responsáveis pela valorização do Facebook enquanto plataforma de anúncios (e de fazer publicidade, em geral).
No Facebook, existem espaços diferenciados, cada qual com seu próprio fim. São eles: Pessoas, Páginas, Grupos, Eventos e Aplicativos. Excetuando a primeira categoria, dedicada às pessoas (enquanto indivíduos), todas as demais são amplamente utilizadas para ações publicitárias, juntamente com os Social Ads.
- As Páginas: A Página é o recurso mais utilizado por marcas e produtos. Elas são “perfis”, feitos especialmente para marcas, aos quais usuários comuns podem se associar, como “fãs”, e receber atualizações em seu News Feed. Nelas, há várias funcionalidades que as outras categorias não possuem, como: possibilidade que “fãs” adicionem conteúdo à página (inclusive proveniente de outras plataformas, como YouTube, Flickr, blogs, entre outras); compartilhamento de vídeos, fotos, notas e outros conteúdos em tempo real; interface flexível, personalizável através da adição de abas e aplicativos integrados para conteúdo multimídia. Além de tudo isso, ainda há o Facebook Pages Insights, uma ferramenta dá ao administrador da página acesso a informações de seus “fãs” e do seu comportamento na página.
- Os Social Ads: O Facebook possui um sistema próprio de veiculação de anúncios, semelhante ao Adwords do Google. Os Social Ads são anúncios bastante segmentados (selecionados demograficamente, a partir do perfil dos usuários, seus amigos e dados de suas atividades), exibidos tanto na página inicial (Social Home Ads) quanto em outras páginas que ele visualiza (Social Ads). Os anúncios podem ter e texto ou imagem, remetendo o usuário para uma página da internet ou para outras páginas dentro do próprio Facebook (como uma Página ou um Evento) – o sistema de cobrança pode ser escolhido pelo anunciante: pode-se pagar por clique (CPC) ou por visualização/impressão (CPM).
Pelo que pude perceber, a forma mais comum de promover marcas no Facebook é através dos anúncios (Social Ads); porém são as ações diferenciais, que fazem uso de outros recursos como Páginas e Aplicativos, que promovem um maior engajamento do cliente/prospect. Neste tipo de ação, os anúncios são utilizados como parte de uma estratégia maior, geralmente eles direcionam o usuário para páginas de Eventos, Grupos, ou Páginas da marca dentro do Facebook – visando assim aumentar as experiências do usuário com a marca dentro da própria rede social, não simplesmente tirá-lo de lá. Achei uns casos interessantes:
Objetivo: Aumentar a presença digital do BlackBerry e agregar usuários (e potenciais usuários) do Brasil
Estratégia: A página criada para o BlackBerry no Brasil possui 5.945 fãs e funciona, basicamente, como disseminadora de informações que possuem alguma relação com o produto, desde explicações sobre seus modelos e funcionalidades até divulgação de eventos realizados pela RIM (fabricante do BlackBerry). É possível conferir novidades (publicadas a cada três dias), discutir sobre particularidades dos aparelhos, ver especificações (fotos e vídeos) dos últimos modelos, tudo isso dentro da própria página – o usuário só é remetido para o site do BlackBerry quando deseja realizar procedimentos que a Página não suporta, como efetuação da compra.
Objetivo: Servir como extensão do jornal no Facebook e converter tráfego para o web site oficial.
Estratégia: A página do New York Times possui 485.495 fãs e, basicamente, tem como objetivo levar as matérias publicadas no site do jornal aos usuários do Facebook. São publicadas várias atualizações diariamente, notificando os usuários acerca de novas matérias no site do Jornal e remetendo os usuários para lá através de uma pequena chamada. Há também outros tipos de conteúdo, como fotos e vídeos, mas a página é simples, não há um alto grau de personalização – até porque, diferente do caso do BlackBerry, o objetivo é promover o site do jornal, fazer com que o usuário veja as matérias completas fora do Facebook.